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A violência contra Donald Trump fez a mídia desviar o olhar dos crimes contra o Zê, o Jô, o feminicídio nosso de cada dia e as injustiças em nosso país.
De fato, o atentado contra o ex-presidente dos Estados Unidos foi mesmo chocante, estarrecedor.
Entretanto, há, na internet, quem comemore pelo assassinato não ter sido consumado. Isso prova o nível de malignidade nas mentes das pessoas.
Mas há, também, os que celebram o fracasso do atirador como vitória. Ou seja, Donald Trump está vivo e mais forte para ganhar as eleições.
Inclusive, algumas vozes “proféticas” têm apontado como ação de Deus livrando seu “ungido”. Agora, com tal quadro, quem pode detê-lo na corrida presidencial?
O ocorrido lá, lembra o ocorrido cá. Já adianto que não advogando em favor de ninguém e nem de nenhum tipo de violência.
Mas, meu foco aqui não é político, mas bíblico, e mais especificamente no tema da violência. E o que a Bíblia diz sobre isso?
Antes, Vamos de Samba
Eu costumava ouvir o Martinho Da Vila em 1974 catar a música: Canta, canta minha gente, deixe a tristeza pra lá; canta forte, canta alto que vida vai melhorar, a vida vai melhor, a vida vai melhor… No refrão o coro canta repetidas vezes: A vida vai melhorar, a vida vai melhor… dando esperanças de uma vida melhor. Coisas do samba.
Pois bem, de lá para cá já se passarem 50 anos e nada melhorou. Pelo contrário, o ser humano está cada vez mais anti-humano e menos humano. Não está beatificado, mas, bestificado.
Há muito ouço especialistas em políticas sociais, religiões com base em evolução e ciência humanistas dizerem que, pela evolução e conhecimento do homem a sociedade se tornará melhor.
Assim, com um homem melhor, a vida se tornará melhor. Então, cantam, embora em outro o tom, o samba de Martinho: A vida vai melhorar.
Mas, não é bem isso que temos visto. Vemos como o velho profeta Habacuque, das antigas letras das Escrituras (606 A.C), gritando assim como nós: VIOLÊNCIA!
Sim, estamos todos perplexos com a escalada da violência. Parece que a perversidade está descontrolada. Nós gritamos junto com Habacuque e clamamos a Deus:
“Até quando, Senhor, clamarei eu, e tu não me escutarás? Gritar-te-ei: Violência! E não salvarás?”
O sentimento de Habacuque é bem parecido com o de muitos de nós. Parece que Deus não se importa. Será que Ele não vê? Até quando o mal vai imperar? Até quando a injustiça vai prevalecer? Até quando o direito vai ser distorcido? O que será de nós, de nossos filhos e netos?
Claro, muitos não têm preocupações com filhos e netos porque não os têm e nunca terão ou pensam que estão livres, imunes de todos os tipos de violência.
Mas, o ataque contra o ex-presidente dos Estados Unidos, a superpotência militar, nos assusta mais ainda porque percebemos que ninguém está livre da violência.
Além disso, aumenta a insegurança no mundo, que já é grande por causa das constantes iminências de guerras, inclusive, com bombas atômicas, químicas e biológicas. O mundo está como uma bomba prestes a explodir a qualquer momento e acabar com todo o planeta.
Nesse contexto, podemos perguntar e questionar a Deus: Até quando clamaremos por justiça e Tu não responderás?
Atenção! Um alerta. Habacuque não questionou porque não tinha mais fé em Deus, muito embora me pareça que ele a estivesse perdendo. A fé dele também corria perigo de ser sufocada pela violência.
Então, este é um ponto importante também para nós, cristãos. Será que ainda cremos verdadeiramente em Deus? Ou será que a maldade deste mundo já matou a nossa fé? Aliás, Jesus perguntou: “Quando porém vier o Filho do homem, porventura achará fé na terra?” (Lc 18.8).
Habacuque tinha fé em Deus, mas pensava que Deus não se importava com a situação dele e de seu povo, ou num caso mais pertinente: Deus os estava punindo severamente.
Mas não. Deus não é apático. Ele trabalha num tempo e numa perspectiva diferente. O tempo de Deus é a eternidade. Ele tem o momento certo para agir conforme seu plano eterno.
Séculos depois de Habacuque Deus enviou seu Filho e provou o seu amor por nós sendo nós ainda pecadores (Rm 5.8).
Assim, nós também não podemos perder a fé em Deus. A advertência de Deus para Habacuque serve muito bem para nós hoje.
“Eis que a sua alma está orgulhosa, não é reta nele; mas o justo pela sua fé viverá” (Hc 2.4).
Esta exortação à permanência na fé no Velho Testamento ecoa no Novo Testamento nas Cartas de Paulo aos Romanos 1.17; aos Gálatas 3.11, como também, o escritor aos Hebreus 10.38.
Isso quer dizer que Deus continua no trono e, embora não pareça, Ele tem final feliz para aquele que nele crê.
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