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A Aliança Maldita desconsiderando preceitos bíblicos tem levado muitos à derrota.
A fragilidade humana muitas vezes se manifesta na incapacidade de lidar com o sucesso. Mal experimentamos o sabor da vitória e já nos permitimos abusar do poder conquistado. O rei Acabe, protagonista da narrativa em 1 Reis 20, personifica essa tendência perigosa. Apesar da clara advertência profética sobre a iminente ameaça síria (v. 22), sua inclinação à desobediência o guia por um caminho tortuoso.
Em um momento de aparente humildade encenada – os sacos e as cordas eram vestimentas típicas dos pobres, um gesto de submissão (v. 31) – o rei sírio Ben-Hadade implora pela vida. Acabe, então, profere palavras surpreendentes: “É meu irmão” (v. 32). Nesse gesto, sela uma aliança perigosa, uma afronta direta à vontade do Soberano Deus.
Ben-Hadade, em troca de sua vida, oferece a devolução de cidades que outrora pertenciam a Israel e que, pela recente vitória, Acabe tinha o direito de reaver (v. 34). O rei israelita, em vez de exercer sua autoridade divina, firma um pacto com o inimigo e o deixa partir livremente.
A Aliança Maldita Ocorre Quando a Vitória Ofusca a Obediência
Essa atitude nos remete à sabedoria do Salmo 1: “Bem-aventurado é o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios”. Unir-se em “jogo desigual com os infiéis” (2 Coríntios 6:14-15) é um terreno escorregadio para a fé. O Novo Dicionário da Bíblia levanta a hipótese de que a aliança de Acabe com a Síria tenha sido motivada pelo temor da crescente ameaça assíria, buscando um aliado estratégico. Contudo, Acabe ainda não compreendera que sua única aliança capaz de garantir a verdadeira vitória era aquela firmada com o próprio Deus.
A narrativa prossegue com um episódio intrigante envolvendo um dos filhos dos profetas (discípulos dos profetas, v. 33). Por ordem divina, ele solicita a um homem que o fira, mas este se recusa (v. 35). A consequência é imediata e severa: o profeta anuncia que, por sua desobediência, um leão o matará, o que prontamente acontece (v. 36). Em seguida, o profeta faz o mesmo pedido a outro homem, que obedece e o fere (v. 37).
Com o rosto disfarçado, o profeta se posta à beira do caminho por onde o rei passaria (v. 38). Ao avistar Acabe, ele clama, simulando uma situação de guerra: um homem lhe confiara a guarda de outro, com a ameaça de perder a própria vida ou pagar um talento de prata caso o prisioneiro escapasse (v. 39). Alegando distração, o homem sumiu. A resposta de Acabe é taxativa: ele próprio havia proferido sua sentença (v. 40).
Nesse momento, o profeta revela seu rosto, sendo reconhecido pelo rei. A mensagem divina chega com o peso da justiça: “Assim diz o Senhor: Porquanto soltaste da mão o homem que eu havia condenado, a tua vida será em lugar da sua vida, e o teu povo em lugar do seu povo” (v. 42). Acabe se retira, consumido pelo desgosto e pela indignação.
Uma Ilustração Viva da Seriedade que É Desobedecer a Deus
Essa ilustração vívida da mensagem divina pode nos soar dramática em nossos dias. Imaginemos a necessidade de sermos feridos para transmitir a palavra de Deus! No entanto, de alguma forma, essa realidade ainda se manifesta. Somos todos pecadores, e Jesus, sendo Senhor e Mestre, padeceu infinitamente mais por nós (1 Pedro 2:21; 3:18).
Acabe, embriagado pela vitória inicial, permitiu que os “holofotes do poder” o cegassem para a obediência a Deus. É crucial não confundirmos resultados com aprovação divina. Riquezas, autoridade e aplausos podem parecer sinais de sucesso, mas podem estar desprovidos da chancela do Senhor (Apocalipse 3:17, A igreja que se achava rica, mas era pobre).
A autoridade do povo de Deus é concedida, limitada e retirada por Ele. Como nos lembra o Salmo 75:7: “Mas Deus é o juiz; a um abate, e a outro exalta”. Jamais devemos nos superestimar (2 Coríntios 1:9; 3:5). A vitória não nos pertence; ela é do Senhor (1 Crônicas 29:11). A nós, ela é concedida unicamente por sermos Seu povo (Salmo 44:7).
A Marca dos Fiéis
O profeta foi reconhecido por uma marca distintiva, comum entre os profetas da época. O primeiro profeta se apresentou para anunciar a vitória de Deus (v. 28). Este se revela para anunciar o juízo divino: a consequência direta da desobediência de Acabe em poupar aquele que Deus havia condenado.
Assim como Elias se sentiu sozinho, este profeta anônimo surge para cumprir uma missão específica, demonstrando que Deus sempre tem provisão para realizar Sua vontade.
Da mesma forma, a igreja possui uma marca que a identifica como Corpo de Cristo (Efésios 1:13). O que, então, identifica um cristão com Cristo? A resposta encontramos em 2 Coríntios 1:21-22: a unção do Espírito Santo que é o selo de Deus em nossos corações. Que essa marca seja sempre um lembrete de nossa aliança primordial com o Soberano, a única aliança que nos garante a verdadeira e duradoura vitória.
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