Carta A Igreja de Éfeso Estudo

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Carta A Igreja de Éfeso Estudo em Apocalipse: Advertências, elogios e exortações do Senhor Jesus.

Estudaremos as sete cartas às igrejas da Ásia. A primeira igreja é a de Éfeso. Nós veremos os elogios, as advertências e a exortação do Senhor a essas igrejas, e as lições aplicáveis a nós (Ap 2.1-8).

Abra sua Bíblia em Apocalipse, e leia o capítulo 2.1-8. Quais são as lições desse texto? Eu começo apresentando a igreja de Éfeso, isto é, quem eram os destinatários desta carta? Veja um resumo.

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Carta A Igreja de Éfeso Estudo em Apocalipse – A Cidade de Éfeso.

Primeiramente precisamos conhecer a cidade de Éfeso e algumas informações dessa cidade, para entendermos os desafios que a igreja enfrentava ali.

Serei breve porque os desafios, que é o ponto ao qual quero chegar, já são mencionados pelo Senhor na Carta.

A cidade de Éfeso ficava situada na “costa ocidental da Ásia Menor, na embocadura do rio Caister, entre Mileto ao sul e Esmirna ao norte” (J. D. Davis).

A cidade tinha um templo enorme que era uma das sete maravilhas do mundo antigo, dedicado ao culto à deusa Diana ou Artêmis.

Havia nesta cidade pessoas como Demétrios, que viviam da fabricação de nichos de culto à deusa.

Tal trabalho ficou prejudicado pela pregação de Paulo, o apóstolo (At 19.1-14).

Prosperidade de Éfeso.

Efeso era uma cidade próspera por causa do templo a Diana ao qual concorriam muitos adoradores, e por ser rota comercial marítima.

O Apóstolo João teria passado seus últimos dias em Éfeso, segundo uma tradição, apontada por Davis.

Ali, aconteceu o terceiro concílio geral da igreja (431 d.C.) que afirmou o dogma na Pessoa Divina de Cristo Jesus: duas naturezas em uma Pessoa.

Paulo teve duro combate nessa cidade em defesa do Evangelho de Cristo (1 Co 15.32).

Agora já temos noção do que ameaçava a saúde espiritual dos cristãos daquela cidade.

Tudo piorou agora com a imposição do culto ao Imperador, que queria ser adorado como Deus. Ele não aceitava que qualquer cidadão do Império tivesse outro Senhor. Mas para os cristãos, só Jesus Cristo é o Senhor.

Com essas breves informações em mente, podemos caminhar no nosso estudo da Carta à Igreja de Éfeso.

Carta A Igreja de Éfeso Estudo em Apocalipse: Advertências, elogios e exortações do Senhor Jesus.

No verso 1, João recebe ordem para escrever ao anjo da Igreja. O anjo, como já mencionado em estudos anteriores, refere-se ao pastor da Igreja, responsável por entregar a mensagem e os ensinos do Senhor.

João recebeu ordem para escrever tão somente a palavra do Senhor: “Estas coisas, diz aquele que conserva na mão direita as sete estrelas e que anda no meio dos sete candeeiros” (Ap 2.1).

Voltando 1.20, vimos que Jesus deu a interpretação dessas figuras. As sete estrelas são os pastores ou anjos das sete igrejas.

Os sete candeeiros são as sete Igrejas. Jesus tem em sua mão direita, isto é, em sua mão principal, os pastores.

Ele tem controle sobre eles para fazer o que quiser. Ele é Senhor; é dono deles.

O Senhor anda no meio das sete Igrejas. Isto indica sua presença em seu corpo (Ef 5.23). Sua onisciência, seu cuidado pastoral e seu zelo para com suas Igrejas não faltam.

Por isso o verso 2 diz: “Conheço as tuas obras…”. Jesus reconhece as boas obras da Igreja: sua perseverança, seu zelo doutrinário. Os versos 2,3 e 6 são para elogiar.

Disciplina.

Jesus ordena e aprova a disciplina corretiva na igreja, e a ordena. Ele elogia a igreja por ter colocado à prova os falsos apóstolos (v. 6).

Há pontos semelhantes entre a Igreja e seu Senhor: ambos odeiam as obras dos nicolaítas.

Os nicolaítas são mencionados somente no Apocalipse. A ação deles atingia as igrejas de Éfeso e a de Pérgamo (2.6, 15).

Suas ações são apontadas em 2.14. Eles ensinavam ao povo comer coisas sacrificadas aos ídolos e a praticar imoralidades.

Notem que estes tinham lugar e cadeira de ensino na igreja. Tinham confiança da igreja e estavam usando desta para perverter os irmãos. O nome disso é traição.

Carta À Igreja de Éfeso: Advertências.

Mas há também as advertências, introduzidas por “Porém…” (v. 4,5). Aqui está o zelo do Senhor chamando a igreja ao primeiro amor.

Alguém poderia questionar: Mas essa Igreja demonstrava muito amor com seu zelo doutrinário e suas boas obras. Que amor é esse que Jesus disse que estava esquecido?

O verbo conhecer aqui, segundo estudiosos da língua grega, significa mais do que conhecimento superficial. Indica conhecimento das intenções mais profundas.

Veja que Jesus é Deus. Ele é onisciente. Somos totalmente conhecidos por Ele.

O primeiro amor pode ser entendido como o fervor inicial de um coração cheio de gratidão pela libertação e pelo perdão dos pecados.

No início nós temos uma sintonia mais sentimental com o Senhor, e à medida que vamos entendendo o que Ele fez por nós esse sentimento tende a aumentar.

Porém, em contexto de combate a heresias e zelo disciplinar, a tendência é ficarmos mais racionais e pouco emocionais. Transformamo-nos em políticos para afirmarmos nossas convicções engessadas.

Rompe-se, então, o elo saudável entre razão e emoção. Aquele fervor cheio de gratidão vai desaparecendo, e começamos a agir sem refletir nos porquês. Nossas ações vão ficando mais mecânicas.

Precisamos apresentar a Deus um culto racional (Rm 12.1). Também não podemos nos conformar com este mundo.

Isto, nos coloca numa situação de guerra contra o pecado. Mas não podemos perder o contato amoroso e grato para com nosso Deus.

Jesus lutou o bom combate, mas sempre teve o seu momento especial com Deus em oração (Lc 6.12).

A melhor parte é contemplarmos ao nosso Senhor mais do que tentar servi-lo.

Marta sempre servia (Lc 10.41; Jo 12.2). Maria sempre adorava (Lc 10.41,42). Jesus elogiou esta, e criticou aquela.

A igreja de Éfeso parece que partiu para guerra sem a arma mais necessária: o amor. Sem amor é tudo em vão (1 Cor 13).

Chamado ao Arrependimento

Prosseguindo na advertência ao pastor, Jesus chama ao arrependimento (v.5). Veja as ações ordenadas:

  • Lembra-te de onde caíste.
  • Arrepende-te e:
  • Volta à prática das primeiras obras. Este é o chamado à conversão.

Ele não é único e estacionário. Muitos pensam que um dia tomaram a decisão de declarar a Jesus como Senhor, e tudo se resume nisso.

Mas aqui está o chamado de Cristo para a conversão constante. Precisamos voltar a Deus todos os dias.

Por fim, vem a advertência coletiva para a Igreja. “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às Igrejas” (v. 7).

Destaco duas coisas aqui: Dois Ensinos 1 – A carta é endereçada por Cristo, mas quem está falando neste verso é o Espírito Santo.

É Ele que tem a dizer algo para a Igreja. Ele é o Consolador e Ensinador (Jo 14.26; 16.8-15; Lc 12.12).

O Espírito Santo é Pessoa Divina. Ele fala, ensina e consola. A advertência dele se une à de Cristo. Não há conflito entre suas ações e Pessoas, mas união perfeita e indivisível, diferentemente do homem (Gn 2.24 com Cap. 3).

Vemos aqui a ação do Espírito quando o Evangelho é pregado: chama o homem à conversão e exorta-o ao amor. Sua ação consoladora não falta na igreja.

Devemos glorificar a Deus por Cristo, sua obra, e pelo Espírito Consolador. Estes estão trabalhando para nossa conversão, nossa volta constante a Deus.

Chamado Universal na Carta A Igreja de Éfeso Estudo em Apocalipse

2 – Observe o plural “igrejas”. As ordens, elogios, exortações e promessas não eram apenas para a Igreja de Éfeso, mas para todas que pudessem existir naquela cidade, e para todas as outras seis da Ásia, e em todos os lugares, e em todos os tempos.

Isto nos inclui dentro destes ensinos e promessas. Aqui há uma promessa: comer da árvore da vida.

A árvore da vida foi proibida a Adão depois do pecado para que ele e sua descendência não se perpetuassem no pecado.

Agora, O Senhor promete dar de comer dela no paraíso de Deus àquele que vencer em perseverança e amor.

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