Jesus Cristo Domina A História

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Jesus Cristo Domina A História. O seu controle sobre sua igreja, seus pastores e o mundo. Apocalipse 1.9-20.

Jesus Cristo Domina A História, A Igreja e Seus Ministros Ap. 1.9-20.

A primeira série de visões apocalípticas se iniciam com Cristo glorificado dominando a História, com atenção especial às suas Igrejas, as quais destina cartas. 

Seguem-se depois disso, várias visões em série com a expressão “depois destas coisas” (4.1; 7.1,9;18.119.1 e/ou “e vi…” (5.1; 6.1,12). 

A primeira série de visões (1.9-20) é de Cristo glorificado, revelando fatos, direcionando eventos em relação ao mundo e, principalmente, sua igreja. 

Imagem de Steen Møller Laursen por Pixabay

1.9-20 – Jesus Cristo Domina A História – A Visão de Jesus Cristo Glorificado e Seu Domínio 

Já mencionei acima sobre Autor e Credenciais de Remetente sobre João, mas vale a pena recordar. Ele se apresenta no verso 9 como irmão e companheiro na tribulação, no reino e na perseverança em Jesus. Portanto, ele era alguém conhecido, que vivia as mesmas lutas e vitórias dos demais cristãos. Por isso ele estava exilado na Ilha de Patmos. 

Patmos é uma ilha grega de formação vulcânica situada, segundo o Wikpédia “no Egeu Meridional, situada a 55 km da costa SO da Turquia, no Mar Egeu. Tem uma área total de 45 km² e uma população de 3.047 habitantes (2011)”.  o Dicionário J. D. Davis diz que a ilha nada produz.  

Entretanto, segundo Hale, a ilha tinha como indústria principal a mineração de sal e era uma colônia penal para prisioneiros políticos de Roma. 

Segundo o mesmo autor, João fora preso ali por Cesar Domiciano (96 d.C) e solto pelo sucessor, Cesar Nerva.  

O motivo de sua prisão ali foi “por causa da palavra de Deus e do testemunho de Jesus”. Isto foi interpretado desde os primeiros leitores como sendo por causa da pregação do Evangelho, por se declarar e pregar Cristo como Senhor, o que o imperador proibia.

Aprendemos com isso, que este João se identificava com a igreja perseguida. Ele não era alguém estranho aos sofrimentos dos demais irmãos. Pelo contrário, neste particular ele era “companheiro”. 

O melhor testemunho do Evangelho é aquele que é escrito com sofrimento e com perseverança na fé, servido de testemunho para edificar a outros.

O Texto Revela Um Servo Exemplar

Mas é dito também que ele era participante no reino, pois Cristo nos tornou “reis” (1.6). Para muitos hoje ser reis é ser isentos de sofrimentos, mas aqui reis e sofrimentos estão juntos. Isto demonstra o quanto nossas crenças podem navegar para longe da verdade bíblica. É fato que reinaremos com Cristo (Ap 5.10; 21.4; 2Tm 2.12), mas ainda não é chegado o tempo.

Além disso, ele era coparticipante no sacerdócio e na paciência ou perseverança. O sacerdócio significa que o cristão tem acesso diante de Deus para O servir. Mas faz do cristão também intercessor, em Cristo, por aqueles que precisam conhecer a Deus (1 Tm 2.1-6).  

João Vê Jesus Cristo Glorificado no Dia do Senhor

João revela que ele foi “movido pelo Espírito” (BJ), “achei-me em espírito” (ARA), “dominado pelo Espírito de Deus” (NTLH). Isto aconteceu “no dia do Senhor”.  

O dia do Senhor é o primeiro dia da semana, o domingo, dia da ressurreição de Jesus Cristo. Já no primeiro século (96 d. C.), como vemos aqui, o domingo foi consagrado como dia especial de culto a Deus.  

É notório, e deve ser considerado isto: que o Senhor priorizou eventos nesse dia, a começar com sua própria ressurreição e aparições, assim como a igreja que passou a se reunir nesse dia (Mc 16.2, 9; Lc 24.1; Mt 28.1; 1 Co 16.2; Jo 20.1, 19; At 20.7).

Isto começou depois de consumada a Nova Aliança pelo sangue de Cristo na cruz (Mc 14.22; Mt 26.26; Hb 8.8,13;12.2; 13.20). 

Jesus Cristo Domina A História – O Agente da Revelação

O Agente das revelações aqui como em toda a Bíblia é o Espírito Santo. O Espírito do Senhor tomou a João e mostrou a ele as visões. Mas veja que João não perdeu os sentidos. Ele estava cônscio para se comunicar, para entender e para escrever as visões. Não foi uma possessão física e psicológica, mas uma apropriação, uma instrumentação do Espirito Santo na vida de seu servo. 

Símbolos que Revelam A Glória de Jesus Cristo (10-20) 

“Voz forte, como de trombeta” (Ap 1.10; 4.1). 

É difícil para nós comparar uma voz semelhante ao som de trombeta. Creio que João tentou descrever o indescritível. Ele não achou palavras humanas ideais para o que ouviu e viu. Expressou-se por antropomorfia.

Mas certamente o que ele ouviu era muito parecido ou lhe lembrava o som de trombeta. E qual é o significado da trombeta nesse contexto? 

Partindo do princípio que o autor era um israelita e grande parte de seus ouvintes estavam permeados da cultura judaica, devemos levar em consideração o significado da trombeta nessa cultura. 

Então, temos de levar em conta tal significado no Velho e no Novo Testamentos.

Uso de Trombetas no Velho Testamento

O som da trombeta podia ser ouvido a grande distância. No Velho Testamento, ela era usada militarmente para chamar os soldados à formação (Jz 3.37, 6.34; 1 Sm 13.3). Ela dava sinal para o combate ou para a retirada (Jó 39.24; 2 Sm 2.1,22,28).  

O atalaia deveria tocar a trombeta em caso de perigo (Jr 6.1; Ez 33.6; Am 3.6).  

 Trombeta anunciava a coroação de reis (2 Sm 15.10; 1 Rs 1.34; 2 Rs 9.13).  

Enfim, para festas, para guerra, para culto, para coroação, para marcar um tempo especial e para marcar a presença do Senhor (Lv 23.24,25; Nm 29.1-6; Ex 29.12,29; 30.16). 

Uso de Trombeta no Novo Testamento

No Novo Testamento, além do uso na guerra, a trombeta anuncia a segunda vinda de Cristo (Mt 1 Co 14.8; Mt 24.31) a ressurreição dos mortos (1 Co 15.52). As sete trombetas do Apocalipse anunciaram visões de acontecimentos na história (Ap 8 e 9).  

Assim podemos dizer que a voz como de trombeta é a voz de Jesus Cristo chamando seus servos ao culto, a adoração e à reverência a Ele. A Igreja deve ouvir atentamente, pois Ele tem muitas e importantes coisas a anunciar. 

Além disso, anuncia um novo tempo de espera final, que inaugurará o novo céu e a nova terra (Ap 21 e 22). 

Assim, devemos permanecer e exortar à permanência na vigilância, como atalaias de Cristo no mundo, guardando e aguardando o cumprimento da palavra do Senhor. 

Jesus Cristo Domina A História – “Sete candeeiro de ouro” e “Sete estrelas” (v.12 e 15). 

João disse que ouviu a voz como de trombeta atrás dele. Quando ele se virou viu sete candeeiro de ouro e no meio dos candeeiros um semelhante a “Filho de Homem” (12). 

O que João vê aqui é o Senhor Jesus em sua glória, difícil de descrever em palavras humanas. São coisas que nunca vimos e nunca imaginamos; coisas grandiosas que ele tenta descrever (1 Co 2.9; 2 Co 12.4), e lhe é dada ordem para escrever (v.11). São mistérios, diz o verso 20, mas que estão sendo revelados. 

Então, João escreve e descreve da melhor forma possível o que vê. E o que ele vê? Ele vê “Sete candeeiro de ouro” (12). Como já dissemos, Apocalipse é uma linguagem simbólica. Então, o que significa os “Sete candeeiro de ouro”? (12). 

Jesus mesmo revela estes símbolos que Ele chama de “mistério” (v.20). Ele diz que os “Sete candeeiro de ouro” são as sete igrejas da Ásia.  

Já as “Sete estrelas” são os anjos das igrejas. Anjo significa “mensageiro” e “enviado” de Deus (J. D. Davis). A palavra vem de anunciar, contar uma mensagem. Às vezes se refere a anjos como seres espirituais e guardiões da parte de Deus (Mt 1.20; Ap 7.1; At 12.15). Mas outras vezes, aos homens como mensageiros de Deus (Lc 7.24, 27; Mc 1.2; Jo 20.18; 21; 1 Jo 1.5). Mas ainda às vezes se refere a anjos de Satanás ou demônios (Mt 25.41).  

A interpretação mais aceita, e que eu creio é que esses anjos eram os pastores das referidas igrejas. Eles tinham a incumbência de mensageiros das palavras de Deus. Eles eram responsáveis e, nas cartas, veremos como Jesus admoesta-os à responsabilidade que tinham. 

É dito que o Senhor Jesus tem as sete estrelas em sua mão direita (16,20). Isto quer dizer que Jesus tem poder, domínio e autoridade sobre os mensageiros. E aqui não importa qual seja o sentido de mensageiros. Jesus tem domínio sobre eles. Eles estão na mão direita do Senhor. 

“Filho de Homem” (12). 

João prossegue em sua descrição do Cristo glorificado. Este é semelhante a “Filho de Homem”. Esta expressão tem sentido escatológico não porque aparece aqui, mas porque foi anunciado pelo profeta Daniel (Dn 7.13m14; 10.5,6). E principalmente porque Jesus se identificou com O Filho do Homem e, ensinou isto (Mt 16.27,28). 

A descrição de Daniel do Cristo glorificado é bem semelhante à de João. 

Eu faço uma relação dessa expressão “Filho do Homem” com o filho prometido desde o Éden, em Gn 3.15. Este viria, por sua obediência total ao Pai, para desfazer a maldição causada pelo primeiro homem, Adão (Gn 3.17).

Porém, esse prometido seria o Filho nascido de mulher, que satisfaria totalmente a Deus; seria o filho ideal de Deus. 

Esse Filho do Homem foi anunciado e esperado durante todo o Velho Testamento, até chegar à plenitude dos tempos, quando Deus enviou seu Filho nascido de mulher (Gl 4.4). Ele é o novo homem, da nova geração, do novo céu e da nova terra e líder da nova humanidade. 

A Túnica longa, branca cingido a altura do peito com cinto de ouro (13).  

A cor branca, como já foi dito na Introdução, simboliza pureza, santidade. No capítulo 7, verso 13 e 14 vemos claramente que o conceito de santidade é caracterizado por vestes brancas. O sangue de Cristo é o único que pode branquear nossas vestes, isto é, nos santificar. Os homens só podem ser santos se forem santificados por aquele que é naturalmente Santo. 

O ouro indica preciosidades e realeza (veja Ex 28.4; 29.5; Zc3.4). 

Pés como latão reluzente indicam provavelmente sua firmeza (Dn 2.31-45). 

Os olhos como chama de fogo indicam conhecimento completo e perfeito. 

Pés como latão ou bronze incandescente ou reluzente (14). 

Jesus Cristo Domina A História – A Voz de Jesus Glorificado

Voz como de muitas águas (estrondo de águas corretes BJ – 15), lembra o Salmo 29 onde a voz do Senhor é majestosa e mais potente que trovões e relâmpagos, que uma tempestade. João viu o poder Cristo exercendo autoridade sobre a tempestade (Mc 4.39). Agora Jesus Cristo revela poder sobre todas as tempestades do mundo.

Sete estrelas na mão direita (16).

Significa que Jesus Cristo tem o domínio, autoridade e poder sobre suas igrejas. Mas também, porque elas estão em suas mãos, Ele tem cuidado delas pessoalmente. Por isso Ele continua zelando delas, ordenando a instrução delas na sua Palavra, para a santificar (Jo. 17.17).

Espada afiada de dois gumes saia de sua boca (16).

Hebreus 4.12 fala dessa espada. É a palavra de Deus que nunca volta vazia, mas sempre faz o que lhe apraz (Is 55.11). 

É confortador saber que Jesus Cristo está agindo no mundo e na história, especialmente na igreja, e que faço parte desta.

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